Eu por mim mesma!

Eu por mim mesma!
Voltei-me e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes a peleja, nem tão pouco dos sábios o pão, nem ainda dos prudentes a riqueza, nem dos entendidos o favor, mas que o tempo e a sorte pertencem a todos. (Eclesiastes 9:11)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Amor-Amizade


Eles viveram uma intensa aventura. Ela o conhecia há tempos, mas não sabia e nem cogitava a ideia de que ele poderia ser o seu anjo da guarda. Com tanto tempo de convivência, mas sem nem mesmo olharem-se, ela tornou-se uma garotinha curiosa e ele um tímido apaixonado.
Quando começaram a conversar, ela ficou assustada com a intensidade de suas palavras. Ele era galanteador, porém sincero. Ela acordava de madrugada e pensava nele. Chegava da faculdade, ficava encolhida em posição fetal embaixo das cobertas, esperando os seus recados no orkut ou as suas mensagens no celular. Na verdade, nem ela mesmo sabe como tudo começou.
Os encontros foram marcados, fez com que se entregassem intensamente ao momento. Entregaram-se um ao outro. Viveram. Apaixonaram-se. Porém, o que ele não sabia, era que ela havia tido um grande amor, que também a chamava de anjo. Alguém que ele a fazia lembrar o tempo todo.
Ele aceitou todas as condições que ela impôs, mas ela era a sua menina. O seu anjo. E ela sentia-se tão protegida, tão bem cuidada, que não conseguia mais viver sem ele. No fundo, ela sabia que estava apaixonada por ele, mas paixão não é amor, e portanto, não seria suficiente para uma vida toda.
Ela chorou muito tempo por ele, ao relembrar as aventuras e loucuras que viveram, e ele por ela. Pararam de conversar, interromperam as relações, mas o que nenhum dos dois sabia era que havia se tornado impossível viver sem um ao outro. Ela o magoou, mas ele a perdoou. Ele a perdoou e ela decidiu nunca mais deixá-lo. Ele era o seu único e verdadeiro amigo.
Eram amigos de verdade. Conversavam, brincavam, estudavam e choravam um no colo do outro. Tornaram-se unidos por um sentimento invisível que tanto um quanto o outro, privavam-se de admitir. Prova disso, foi o ciúme intenso que ela sentiu ao vê-lo com a namorada, os choros contidos na garganta que expĺodiam no travesseiro...
Eles brigavam o tempo todo. Ora porque ela não se cuidava, ora porque ele estava com ciúmes. Aquela amizade que os unia é que dava forças para que ela seguisse em frente. Ele era seu anjo da guarda e ela o seu anjinho. Ele a chamava de anjo menina-mulher, e ele era o bobão que ela mais adorava.
Por outras pessoas entrarem na vida de ambos, respeitaram-se mutuamente, continuaram amigos, mas não deixaram de lembrar um do outro com carinho e saudade dos momentos que viveram e ficaram marcados numa tábua chamada coração.
Ela era inconsequente, maluquinha e intensa. Ele era ciumento, dengoso e chorão. Trocavam mensagens o tempo todo, o dia todo, e agora, ela sente falta disso. Pararam de se falar, porque ambos são uns bobos, movidos por sentimentos estranhos e contraditórios, mas que levam a um mesmo rumo. Ele está magoado e ela também. Chora o tempo todo e está extremamente mal-humorada. Essa é a falta que ele lhe faz.
Ela precisa dele como ele nem imagina. Ele já nem tanto. Ela espera ansiosamente para vê-lo. Ele vira o rosto. No fundo, os dois sabem que não se resistem e logo voltam a conversar. Mas, ambos sabem também que o sentimento estranho e invisível que os une, nunca poderá ser vivido, pois adormeceu nos braços do silêncio e da amizade, pois a amizade, o amor-amigo que sentem um pelo outro é muito maior do que qualquer outra coisa, por isso ela briga por ele e ele a defende. 
Ela é o seu anjo-menina. E ele, ahhhh, ele... Ele é o seu anjo da guarda...

Denise, 25/08/2011.

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